A morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, após ser atacado por uma onça às margens do rio Miranda, em Aquidauana (MS), chocou o estado. Contudo, especialistas em conservação ouvidos pelo g1 afirmam que o ataque do felino a seres humanos é raríssimo.
O biólogo da ONG SOS Pantanal, Gustavo Figueroa, esclarece que as onças tendem a fugir dos seres humanos. O especialista, que trabalha há mais de 10 anos no bioma, usou as redes sociais para reforçar a importância de não transformar o episódio em motivo de caça ou retaliação contra a espécie.
A morte de Jorge pelo ataque do felino foi confirmada pela Polícia Militar Ambiental (PMA), após partes do corpo da vítima serem encontradas ao lado de pegadas do animal, na beira do rio. Durante as buscas feitas na terça-feira (22), outras partes do cadáver foram encontradas, em uma área de mata fechada, a cerca de 300 metros de onde o homem foi atacado.
De acordo com o médico veterinário e especialista em felinos, Diego Viana, ataques de onças só acontecem quando os protocolos de segurança não são respeitados. O especialista estuda há dez anos a coexistência entre humanos e onças no Pantanal.
Figueroa reitera que já esteve cara a cara com o felino mais de cinco vezes e nunca houve ataque. “Esse caso não pode ser motivo para hostilizar as onças nem para afastar visitantes do Pantanal. Precisamos aguardar a apuração completa antes de qualquer julgamento precipitado. É momento de pesar e de respeito à vítima e seus familiares, mas também de responsabilidade para que não transformemos um acidente raro em uma tragédia ambiental”.
G1